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Chris Jooste: um sul-africano em busca de um sonho em Portugal

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Chris Jooste é natural da África do Sul e tem 26 anos, encontrando-se a correr na equipa portuguesa da JVperfis – Windmob. Jooste já havia corrido no nosso país, nesta mesma estrutura, em 2019. Esteve presente no Grande Prémio O Jogo, no Memorial Bruno Neves, no Grande Prémio Anicolor e ainda no Grande Prémio Jornal de Notícias. A Portuguese Cycling Magazine esteve à conversa com ele após a Clássica da Primavera. Podem ler de seguida o que Chris nos confidenciou!

A escolha de Portugal

Chris, que em 2019 teve a oportunidade de vir correr em Portugal, conta-nos que “fazia parte de uma comunidade portuguesa na África do Sul”, sendo que a equipa em que ele corria, a Luso ACDC Pro Cycling Team, era patrocinada por essa comunidade. Jooste adorou fazer parte dessa comunidade e “do nada, surgiu a oportunidade de vir correr para Portugal”. Com a ajuda de Shaun-Nick Bester, ciclista que correu no Sporting – Tavira em 2016 e 2017, conseguiu “entrar em contacto com algumas pessoas” ligadas ao ciclismo português e transformar a oportunidade em realidade.

Chris adorou a sua primeira experiência no nosso país, mas esta viria a acabar mais cedo: “tive problemas com o meu visto e infelizmente só fiquei três meses”, quando “estava a adaptar-me bem e já estava a fazer boas provas”. A partir daí, o seu objetivo foi sempre “voltar a Portugal para se tornar ciclista profissional”. No entanto, acredita que “a Europa não é o sítio mais fácil para ser profissional, mas é o local onde conseguimos ter outra experiência de corrida com o modo como se corre aqui”.

O tratamento das pessoas é algo que agrada ao ciclista: “Aqui é como se fosse uma família. Passaram-se três anos desde que cá estive e há pessoas que me cumprimentam e perguntam-me como estou e que eu já nem me lembrava de algumas dessas pessoas!”

Chris no Grande Prémio Jornal de Notícias, na primeira passagem por Portugal, em 2019.
Foto: Facebook da equipa JVperfis – Windmob

A temporada de 2022 e o que espera para o futuro

O plano de Chris é competir no restante calendário nacional, no entanto tem a situação do visto por resolver. Pelo menos até junho ficará em Portugal, mas o seu plano é ficar até setembro. Nesse período, em que estará em Portugal regularmente, espera “conseguir algo de bom da temporada”.

Quando instado a falar sobre o futuro, o sul-africano acredita que ingressar numa equipa Continental UCI portuguesa seria “o primeiro patamar e é algo que tenho sonhado há bastante tempo”. Não esquece as dificuldades de adaptação dos ciclistas estrangeiros, nomeadamente a “barreira linguística”, mas considera que está a dar “grandes passos” em busca do seu sonho. Entre risos, admite que “se pudesse correr 10 anos como profissional em Portugal faria isso de muito bom grado!”.

Por fim, falou-nos que gostaria de “estar bem nas grandes corridas” e realçou como a pandemia o ajudou a melhorar para “dar nas vistas” e tentar alcançar “um contrato profissional”.