Gabriel Mendes é o selecionador nacional de Pista e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento de Portugal nesta vertente do ciclismo e pela evolução das promessas portuguesas Ivo e Rui Oliveira e Maria Martins. Nesta entrevista, ficamos a conhecer melhor o homem que coordena as grandes esperanças nacionais para Tóquio 2020 e a sua paixão pelo ciclismo.
Portuguese Cycling Magazine (PCM): O que o fez enveredar pelo ciclismo?
Gabriel Mendes (GM): Desde de jovem, criança, sempre estive ligado ao ciclismo por razões familiares. O meu pai fez ciclismo quando era mais jovem e as bicicletas sempre foram algo presente em casa, não só pela parte desportiva, mas também como uma forma de deslocamento.
Porque eu sou da Marinha Grande, uma cidade plana onde a bicicleta era – ainda é, agora menos – muito utilizada como meio de transporte para o trabalho. E, na minha altura, isto no início dos anos 80, quando comecei na escola preparatória, todos nós íamos para a escola de bicicleta. Fazíamos quatro ou cinco quilómetros nos trajetos e a bicicleta sempre esteve presente na minha vida, não só por influências desportivas do meu pai, mas também como utilizador da bicicleta, digamos assim.
E, portanto, a partir daí, mais tarde iniciei a competição como jovem na categoria de juniores e sempre estive ligado à modalidade.
PCM: Qual foi o melhor momento que teve em cima de uma bicicleta?
GM: Vários, tive vários. Agora, assim um momento que seja o melhor não consigo precisar,… os anos já passaram. Eu acho que todos os momentos que passei em cima da bicicleta, quer a treinar quer a competir, foram momentos de grande satisfação.
Agora não tenho tanto tempo para utilizar a bicicleta e fazer passeios – competição não é uma questão, não é? -, mas todos os momentos em cima da bicicleta para mim sempre foram de grande satisfação e de enorme prazer.
PCM: Qual o maior sonho que tem no ciclismo, agora como treinador?
GM: O maior sonho diria que, aquele que agora me traz mais focado, é qualificar Portugal para os Jogos Olímpicos e podermos estar nesse grandioso evento desportivo à escala mundial. E podermos estar na discussão das medalhas Olímpicas, levar Portugal a estar lá na discussão.
PCM: Se pudesse, o que mudava no ciclismo?
GM: É uma pergunta muito ampla. Diria que, dessa forma, não consigo, também devido à amplitude da pergunta, ter uma resposta assim específica. Pensando em algo específico, é evidente que há sempre muitos aspectos em que o ciclismo pode mudar no sentido evolutivo.
Agora, penso que aquilo que eu gostaria de ver no ciclismo e daquilo que precisamos é de ter mais jovens a praticar a modalidade. Isso é fundamental para um bom ciclismo em termos futuros, não só à escala nacional como à escala mundial.
PCM: O que o apaixona fora do ciclismo?
GM: Tenho várias coisas. Uma das coisas que eu gosto, tirando o ciclismo, é a apicultura, que é um hobby que eu tenho. Gosto de estudar, gosto de investigar – e também faço essa atividade no âmbito do desporto -, de ler, de passear, de conviver com os amigos, gosto de gastronomia,… Portanto, gosto de muita coisa.